terça-feira, 6 de agosto de 2013

A cagada

Tem um tema muito delicado, tanto para os que já sentiram "na carne", quanto para quem nunca sentiu (o que acredito ser mentira, pois, quem já namorou já passou por esse inconveniente (para não dizer esse momento de merda).Realize-se sendo convidado para um jantar na casa da namorada, indo conhecer os pais e tal (já é uma situação constrangedora e ameaçadora por si só, o pai da menina pode ser um psicopata, um gremista, sei lá), bom, todos os preparativos prontos (vai no banheiro número 1 e 2 "muito importante", toma banho, e coloca aquela polo fedendo a naftalina e com furinho de traça, calça jeans e tênis, claro, o sapato da primeira comunhão nem serve mais)... seguindo, chega na casa, cumprimenta todos com uma cara de coroinha na primeira missa, dá um beijo no rosto da menina (que você já fez misérias, pois, se assumiu um compromisso desses sem experimentar a "química", meu amigo, você deveria ter passado de coroinha direto a padre)... é feita a "sala", com todas as apresentações formais, enquanto é posta a mesa (o pai da fulana te olhando com uma cara daquelas de filme de presidiário americano "tu não sabe se o cara quer te comer por ter comido a filha dele, ou te matar mesmo" e a mãe da querida puxando assunto, fazendo perguntas, que naquele momento de pura tensão, são extremamente difíceis, como o "qual o nome da sua mãe?", "sua idade?", porra, eu só quero sair vivo desse lugar, e nem sei que o pior está por vir... Passado todos esses lances, mesa posta, o que tem para janta, tcharam: Molho branco, no frango, massa, etc... E Eu, intolerante à lactose, mas não podia fazer "desfeita", tinha que experimentar ao menos, e estava bom, experimentei mais um pouco, já pensando,r "vou comer e correr para casa"... Terminando a janta, já ensaiei a despedida, sentindo que meu estômago já dava seus primeiros sinais da intolerância, o que restou inexitoso, visto o pai da fulana, que deveria ter sido oficial nazista, ou até mesmo o próprio Hitler, ter percebido minha movimentação e seus motivos (sabe que a fulana sabia da minha intolerância, e toda aquela janta poderia ser uma grande armação "será que ela tinha descoberto algo?")... continuando, sentei na sala, com todos a minha volta, (meu estômago nesse momento parecia cenário da guerra do Iraque, com todas aquelas explosões, sons que poderiam ser ouvidos da casa do vizinho, meu rosto vermelho, o suor frio), eu estava frente a um pelotão de fuzilamento de perguntas, que respondia apenas com gestos da cabeça, "uhum e aham", e sorrisos com poucos movimentos da face... Passada meia-hora (5 anos dentro da minha cabeça), resolvi me despedir, fui levantando (sem movimentos bruscos), e me despedindo (se não desce tempo de chegar em casa, parava em qualquer lugar, seria menos humilhante do que cagar na casa da namorada na primeira visita).. Foi dar os primeiros passos até a porta e começa um temporal daqueles que não se enxerga nada, e todos (preocupados com a minha segurança "sim, sim, claro!") impediram minha saída.Bom, pensei, fudeu, tenho que elaborar o melhor plano, vamos Renan, terá que pensar, "fugir?!", "Ir cagar e que se foda a fulana, nem era tão bonita assim?!", "ou, ir dormir cedo, inventando desculpas, esperar a casa cair (todos dormirem), e ir ao encontro da felicidade?!... Bom, quase mandei a fulana se fuder, mas ela era gente boa, resolvi pelo plano 3.... Pela primeira vez tive sorte, em menos de meia-hora (as piores que já tive em toda minha vida), a casa tinha caído, e eu no sofá da sala, pé-por-pé, fui ao banheiro, entrei, um papel sobre o vaso "interditado", pensei, é o nazista da de sacanagem, não e possível, mas se tiver mesmo, dou um jeito, sentei e (bom, pouparei quem conseguiu ler até aqui dos detalhes, mas devem imaginar)... Feito, o pior passou, eu pensava, pois, a merda da descarga realmente não estava funcionando, ou eu tinha acabado de estragar... saí atrás de um balde, não achei, procurei a chave para sair da casa e procurar no pátio, não achei, bom, depois de estar quase amanhecendo, resolvi dormir, acordar ela discretamente, e bom, daria um jeito na bagunça... Peguei no sono, e quando acordei (bom, eu tinha ficado a noite e madrugada toda na tensão), estava a mãe da fulana andando de máscara com um balde, e o pai da fulana gritando algo do tipo "meu Deus, mas quem fez isso aqui?" (como se o filho-da-puta não soubesse)... tentei ver se a porta estava aberta, e pensei em sair correndo, neste momento vejo a fulana que me olhava com uma cara que não consegui definir (era um misto de pavor, reprovação, pena, entre outros sentimento que se confundiam na face dela)... Bom, levantei, todos me olhando, dei bom dia, como de costume, ia até o banheiro para me recompor (estava acordando ainda), olhei novamente ao meu redor e mudei de ideia... Olhei para ela, para o relógio, e disse, estou atrasado, me despedi meio sem graça, e saí... Acreditem, ela nunca mais me ligou, e moral da história... Essa foi a única cagada que eu fiz, que sozinha, terminou um namoro meu...

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