terça-feira, 6 de agosto de 2013

Acordando

Aquele som ao fundo era familiar, sim, é hora de levantar. Desligou seu despertador, "rastejou" até o banheiro para com o banho despertar e vestiu suas roupas batidas. Literalmente "engoliu" o café da manhã, pegou seu molho de chaves e rumou acelerado para a parada de ônibus pois já estava atrasado. Pensou em falar com aquela moça que troca olhares durante a viagem, mas esse pensamento foi consumido pela lembrança do relatório que ainda não havia entregado. Lá na Estação Mercado, sempre a mesma indiferença, todos passam, cruzam, rápidos como fossem fazer o relógio girar em sentido contrário, e ele ali acompanhando e as vezes sendo trombado. Ao chegar no trabalho aquele "bom dia" indiferente, com uma certa falsidade, todos sabem que esse dia não é tão bom assim, mas seguem acomodados... Sentado na mesa, ele liga seu computador, fita sua imagem na tela ainda escura e pensa: "Quando é que isso vai mudar?". Logo começa a desempenhar suas tarefas diárias, os relatórios, os emails com a colega gostosa, uma conversa na hora do almoço, a correria para entregar o relatório, e chega o fim do expediente. Ele vai para casa, o mesmo trem lotado, a espera pelo ônibus, e enfim ele chega em casa, cansado, muito cansado, ele esqueceu que queria mudanças, não esqueceu, está muito cansado para pensar nisso, então, ele liga a televisão e deixa que ela tome o lugar da sua imaginação. É hora de dormir, amanhã é outro dia, no seu travesseiro lembra de seu descontentament­­o, mas apaga, e só acordado pelo despertador, quase que automaticamente­ ele repete tudo novamente.

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