terça-feira, 6 de agosto de 2013

A realidade de se nascer pobre...
Pobre quando dá certo na vida é porque certamente é um ser especial. Veja bem, pobre não só tem que ter mais tem que provar diversas virtudes para quem sabe tentar dois ou três salários minímos no mês. É obrigaçaão de todo pobre ser honesto, inteligente, bem apresentável (isso é o mais difícil, pobre sempre tem espinha na cara, roupas fora de moda e cabelo ruim), tem que ser o mais dedicado, pro-ativo e por aí vai... Eu na condição de "nascido pobre" já pensei em virar padre, quando criança, para ganhar uma faculdade (todos sabemos que não foi bem isso que aconteceu), (claro!), pobre tinha que ser o melhor na escola pública para tentar competir vaga em faculdade pública com a playboizada das escolas particulares (os caras faziam até cursinho). Mas se o problema fosse só estudar... Pobre trabalha desde de cedo e como vai ter saco para estudar? Pobre que entrou em uma faculdade já devia ser considerado um semi "Einstein"! Mas ser inteligente não basta, pobre ter por obrigação ser honesto (vão dizer "todos temos", mas me diz quanto ricos desonestos estão na cadeia?j Pobre desonesto tá fudido, vai preso! Fora o fato de ser pobre e rolar um certo preconceito por parte sociedade, se fosse negro ainda, até bem pouco tempo atrás, nem davam certidão de nascimento para o indivíduo, davam uma carteira de trabalho assinada pelo Mc' Donalds (não sou racista, estou falando sobre uma realidade). Pobre se não tiver uma cabeça boa, com 20 anos já tem 6 filhos e está no terceiro casamento, e não é que pobre goste tanto de sexo assim, é que a família tenta tirar logo de casa para diminuir as despesas. Pobre se não tiver talento não cresce na vida (financeiramente), por isso que os pobres que se deram bem até hoje eu considero como "semi-deuses", se estivessemos em eras mitológicas seriam filhos Zeus com qualquer vadia na rua! E isso não é um surto causado pela minha falta de dinheiro, é constatação, números (pobre apeende a contar juntando aneis de latinha, desde pequeno "quem nunca?"). Outra constatação sobre minha vida de pobreza, é que pobre quase que invariavelmente nasce feio, é uma criança feia e de cabelo ruim, um adolescente cheio de espinhas e sempre correndo atrás (anos atrás) da moda que estão impondo no colégio (me lembro que quando ganhei meu primeiro Penalty os caras ja usavam Nike a muito tempo)... E não pensem que por ser engraçado (hoje até é) isso não deixou de ser sofrido (hahaha sofrido foi ótimo), hoje, com uma mente mais aberta eu sei o tempo que perdi me preocupando com essa merda toda, mas veja bem, foi essa sociedade medíocre e patológica, viciada em consumo que me manipulou durante alguns anos e continua destruindo crianças, prova disso foi o que aconteceu esse dias no shopping de Canoas:
Uma escola levou os alunos para passear no shopping, estavam todos esperando para entrar no banheiro quando eu do banheiro eu escutei uma das crianças pedindo um salgadinho para uma professira, a estúpida disse que aquele salgadinho tinha sido outra criança que tinha trazido e que se ela quisesse tivesse trazido também (bem assim, seca) ( detalhe: estavam todos com o uniforme de uma escola pública, logo pobres a maioria, certamente com pais pobres que muitas vezes contam com a refeição da escola para alimentar os filhos). Não satisfeita, aquela professora, ser humano desprezível, disse que depois seria a hora do lanche, e quem tivesse grana poderia comprar, quem tivesse trazido poderia comer. (PORRA DO CARALHO PROFESSORA, se o guri pediu é porque não tem.) Indignado com a situação, mas sem dinheiro para comorar lanche para todos que não tinham, saí do banheiro parei na frente deles e falei, "façam assim, os que tiverem dinheiro ou lanche, dividam com os que não tem, vocês são colegas, e por favor, não escutem mais essa professora!
Se não trabalharmos uma consciência mais humana já em nossas crianças, nunca vamos poder esperar um mundo mais humano!

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